Voltaire

Voltaire

Poeta, contista, romancista, teatrólogo, filósofo, historiador francês, membro da Academia Francesa, Voltaire é o pseudônimo de François-Marie Arouet, nascido em Paris, no dia 21de novembro de 1694.

Foi aluno brilhante do Colégio de Clermont, dirigido pelos jesuítas, padres que Voltaire atacou duramente pelo resto da vida.

Recém-formado, tentou dedicar-se à magistratura. Acusado de ser o autor de um panfleto político em versos, foi preso em 1717 e passou seis meses na famosa Bastilha. Na prisão começou a escrever seus livros.

  Bastilha

Por criticar a autoridade e o fanatismo religioso, foi preso e ficou vários anos no exílio defendendo sua causa a partir de locais como A Prússia (com Frederico II) e a Suíça.

Foi um defensor radical da Liberdade de pensamento e do Direito a um julgamento justo, combatendo a censura e a repressão das autoridades. Atacou a intolerância e o fanatismo religioso, defendendo a separação entre a Igreja e o Estado. Ocupou-se em criticar o poder absoluto dos Reis, defendendo que o poder não deveria concentrar-se em um único indivíduo.

Foi um escritor versátil e prolífico, produzindo obras em quase todas as formas literárias. Seus textos satirizavam a intolerância, o dogma religioso e as instituições francesas de sua época.

Livro de bolso  (mais baratos, pequenos e dobráveis)

Há mais de duzentos anos, Voltaire inventava o “livro de bolso”, porém ele o designou como “livro portátil”. De fato, em 1764 publicou o “Dicionário Filosófico Portátil”. Era a época dos grandes dicionários sobre os mais variados assuntos. Com ele, Voltaire pretendia induzir, levar, forçar até o povo a pensar. Em um dos diálogos constantes desse dicionário, um dos interlocutores se dirige a outro e o incita com esta frase: “Ouse pensar, meu amigo’

Embora participasse da elaboração da grande Enciclopédia, Voltaire notava que o povo não pensava. Eram outros que pensavam por ele. Era proibido, era criminoso pensar diversamente do Estado ou da Igreja.

Voltaire elabora então seu “Dicionário Filosófico”, a fim de desmitificar, para lutar contra tabus seculares e milenares e abrir as mentes para o mundo e o mundo para o espírito crítico. Ou, pelo menos, para a reflexão, para o uso real e sem medos da própria razão.

Foi um dos mais importantes pensadores iluministas, defendendo o uso da razão contra a opressão do Estado e da Religião.

 Explicação sobre o Iluminismo

O Iluminismo foi um movimento filosófico e cultural europeu dos séculos XVII e XVIII, também conhecido como “século das luzes”, o qual valorizava a razão, o conhecimento e a ciência em oposição à fé e ao dogma religiosos, buscando o progresso social. Suas principais ideias indicam a defesa do liberalismo político (com a crítica ao absolutismo e a busca por liberdade individual e de pensamento), o liberalismo econômico (opondo-se ao controle estatal e defendendo o livre mercado) e a separação dos poderes, influenciando diretamente eventos como a Revolução Francesa (1789), a Independência dos EUA (1776) e a Inconfidência Mineira no Brasil.

 Revolução Francesa       

Independência dos EUA        

Inconfidência Mineira

Em 1726, envolvido em um incidente com o príncipe de Rohan-Chabot, foi parar outra vez na Bastilha.   Libertado sob a condição de deixar a França, exilou-se na Inglaterra, onde viveu até 1729.

Durante esse período de exílio, em seus novos escritos, nota-se um Voltaire que imprime uma orientação reformadora em seu modo de pensar, na filosofia. Suas Cartas Filosóficas ou Cartas da Inglaterra, publicadas em 1734, provocaram enorme escândalo e Voltaire teve que refugiar-se em um castelo, onde se entregou ao estudo e à elaboração de muitas de suas obras.

Cartas Filosóficas

Em 1749 voltou a Paris, cheio de glória e já conhecido e reconhecido como grande literato e filósofo na Europa inteira.

A convite de Frederico II, Rei da Prússia transferiu-se para Berlim, de onde voltou em 1753 por causa de desentendimentos com o presidente da Academia de Berlim.

Frederico II da Prússia

 Novos atritos e intrigas não lhe permitiram retornar a Paris. Refugiou-se então na Suíça, nos arredores de Genebra.

Ali conseguiu atrair a ira de católicos e protestantes, por causa de novas obras publicadas.

Sem poder fixar residência em parte alguma, perambulou por várias cidades suíças e francesas, até que, em 1758, adquiriu uma propriedade na região francesa de Gex, onde viveu tranquilo e celebrado por seus concidadãos, pela intelectualidade de toda a Europa e mesmo por seus antigos adversários e críticos.

Cidade de Gex

Morreu no dia 30 de março de 1778, aos 84 anos de idade, atendido, a seu pedido, pelo abade Gautier. Deixou escrito que morria “adorando a Deus e a meus amigos, sem odiar meus inimigos e detestando a superstição”.

Recebeu um enterro cristão na abadia de Scelliers.

Voltaire está sepultado no Panteão de Paris um Monumento que abriga figuras francesas como Rousseau e Victor Hugo.

Panteão

Os restos mortais de Voltaire foram transferidos para o Panteão em 1791, em um ato simbólico de reconhecimento da sua importância para a Revolução Francesa e Iluminismo.  Foi um reconhecimento ao seu papel como precursor destes movimentos.

Obras Notáveis

Cândido (1759) – Um dos seus mais conhecidos romances satíricos, o qual critica a intolerância e a injustiça.

 Cartas Filosóficas (1734) – Uma série de ensaios sobre a sociedade e o governo inglês, considerada um marco na história do pensamento ocidental.

Estas Cartas Filosóficas foram publicadas na Inglaterra, em uma edição francesa e em uma tradução inglesa. Eram ao todo 25 Cartas. Com sua visão perspicaz de filósofo, historiador e jornalista, Voltaire contrapôs a Inglaterra tolerante liberal e cheia de vitalidade, a uma França estagnada e com uma Monarquia prepotente e intolerante. Daí a razão da obra inicialmente publicada sob o nome de Cartas Inglesas, ter sido censurada em sua Terra Natal.

A Era de Louis XIV (1751) – Importante obra histórica sobre o século XVIII, na França.

Voltaire foi um inspirador de Revoluções. Suas ideias foram fundamentais para a origem e o desenvolvimento da Revolução Francesa.

É de grande importância que as pessoas conheçam o valor deste personagem.