Marais, bairro de Paris

O Marais é um bairro de Paris muito interessante, difere de todos os outros. Situado entre o terceiro e quarto arrondissement. É um lugar perfeito para quem quer sair do lugar comum dos passeios turísticos. Vamos passeando sem rumo, sem roteiro pré-estabelecido.

 A graça do bairro é poder se perder nas diversas ruas!

         Ao visitá-lo seria interessante reservar um dia inteiro para andar despretensiosamente e explorar suas ruazinhas, conhecer suas inúmeras lojas e escolher um dos vários lugares interessantes para comer.

A rua  de Rosiers é fechada aos carros e é lá que se encontra o As du Fallafel, um bolinho à base de grão de bico, muito, muito gostoso mesmo… Há outros pequenos restaurantes que oferecem esta guloseima, porém o As du Fallafel é o melhor e onde sempre há filas enormes.

Nesta rua encontramos também uma concentração de délicatesses (guloseimas) judaicas.

Caminhando, encontramos o Centro George Pompidou, também apelidado de Beaubourg  onde encontramos sempre exposições de Arte Moderna Contemporânea e se configura como atividade essencial na capital francesa .

Foi construído em um espaço anteriormente ocupado pelo mercado  Les Halles ( entreposto de alimentos: frutas, legumes, etc. ) por isso havia muita discussão e várias opiniões contra a demolição do antigo mercado.

Em 1969 George Pompidou então presidente da República quis revitalizar o bairro Les Halles  área que era deprimida econômica e socialmente. Decide, então, fazer um centro nacional de Arte e Cultura.

O Beaubourg como é chamado pelos parisienses vai surpreendê-lo! Sua arquitetura bastante original é composta por canos e tubos coloridos visíveis e escadas rolantes na fachada do prédio. À medida que vamos subindo temos uma vista incrível de Paris. No último andar há um restaurante com vista panorâmica da cidade. Este edifício possui uma das maiores coleções de arte moderna e contemporânea da Europa.

 É um lugar carregado de história e significado. Em 1977 o Centro George Pompidou foi inaugurado pelo Presidente Valérie Giscard D´Estaing em presença de vários Chefes de Estado, estrangeiros.

 Andando mais um pouco, no final da rua, já estaremos na Notre Dame.

É um bairro tipicamente judaico, onde encontramos vários restaurantes com comida kosher. Porém de algum tempo para cá  tornou-se também um LGBT = lésbicas, gays, bissexuais e transgênicos.  

Há restaurantes e lugares que são especialmente frequentados por eles.  Na porta dos mesmos, lojas e até mesmo nas faixas de pedestres há linhas coloridas como se fossem arco-íris. É um bairro boêmio. Até os postinhos nas calçadas que impedem os carros de avançarem sobre elas, são  cor de rosa.

Isto começou por volta de 1980.

Estes lugares coloridos são o ponto de encontro da comunidade LGBT. Na rua  dos Archives, há uma praça colorida em Arco- íris, são marcas para estes pedestres.

Não dá para falar do Marais sem citar a placa de Vosges, a mais antiga de Paris. Antes de assim ser chamada, era nomeada como Praça Real. Foi inaugurada em 1612 por ocasião do casamento de Louis XIII com Ana da Áustria, considerada a mulher mais bela da França na época.

 A praça tem seus quatro lados iguais com telhados de ardósia e paredes construídas com tijolos calcários.  Os prédios são simétricos, há apenas dois pavilhões mais altos do que os demais, um em frente ao outro, situados em oposição norte e sul. Um pertencia ao rei e o outro justamente do outro lado da praça à rainha.

Bem ao centro da mesma há uma estátua de Louis XIII a cavalo.

A Praça de Vosges com uma extensa área gramada ostenta elegantes arcadas e o museu Victor Hugo, número 6, onde viveu o escritor.

 Chega-se lá com o metro Saint Paul.

O Marais é considerado Patrimônio histórico da Unesco  por conta de seus lindos e históricos edifícios que abrigavam a aristocracia.   

Há também o Hotel de Sully com seu jardim, hoje prédio do Estado. É um dos mais belos hotéis particulares estilo Renascença do Marais . Foi construído por volta de 1620 e comprado em 1634 pelo superintendente de finanças de Louis XIII, le duc de Sullyque lhe deu seu nome.

 Graças a uma porta secreta, tem-se acesso à  Praça  de Vosges.

Foi o rei Henri IV que mandou fazer a praça com a finalidade de dar a Paris um verdadeiro espaço público terminado em 1612. Ela tornou-se um modelo para praças em toda a Europa. Infelizmente Henri IV não a viu terminada, pois morreu antes num trágico acontecimento.

Quanto aos museus encontramos também o Museu Carnavalet que conta a história da cidade de Paris e também o museu Picasso.

 Gostam de compras? Então apresento-lhes o BHV – Boulevard Hôtel de Ville, situado bem ao lado do Hôtel de Ville que é a Prefeitura de Paris.

 É uma loja de departamentos onde tudo o que se procura está lá. Há vários andares com opções diferentes. É semelhante às outras grandes lojas, porém com preços mais accessíveis e convidativos.

 É uma das tradicionais lojas de departamentos de Paris, a segunda mais antiga, a menos turística e também a mais simples de todas. Seria como a prima mais discreta das outras três grandes lojas: Galeries Laffayette, Printemps e Bom Marché.

Gostaria de elucidar que quando se fala de Hôtel de Sully , por exemplo não é um hotel para turistas. Hotel na França significa uma residência particular, propriedade de famílias ricas, normalmente com uma entrada bem larga e um grande pátio para que carruagens pudessem entrar e fazer a volta para sair.

Atualmente muitos destes hotéis foram transformados em escritórios e mesmo lojas.

 Este lugar,  há muito, muito tempo era um terreno pantanoso e foi preciso aterrá-lo a fim de que pudesse ser construído. Como pântano em francês é marecage, daí o nome de Marais, que foi dado a este magnífico lugar!  

Boa leitura e bom passeio neste bairro extremamente simpático!     

OBS: Todas as imagens desta publicação foram obtidas na internet.