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Carmem Miranda

Carmem Miranda

Carmem Miranda foi uma cantora famosa, atriz e dançarina brasileira, nascida em Portugal, na cidade de Canaveses, no dia 9 de fevereiro de1909, e faleceu nos Estados Unidos em 1955.

Com seu talento, graça, alegria contagiante e indumentária exótica, ela contribuiu, e muito, para a popularização da música brasileira no exterior, sua simpatia e linda voz, chamava a atenção de todos.

Embora nascida em Portugal, Maria do Carmo Miranda da Cunha, este era seu nome real, mudou-se, com sua família, para o Brasil, quando tinha apenas 10 meses de vida.

Carmem quando criança

De família humilde, Carmem foi criada no subúrbio do Rio de Janeiro. Estudou em um colégio de freiras e aos 15 anos deixou os estudos para trabalhar, a fim de ajudar seus pais no sustento da família. Seu primeiro trabalho foi como balconista em uma loja de gravatas, depois em uma chapelaria, La Femme Chic localizada no centro do Rio de Janeiro. Lá estudou moda e aprendeu a costurar, pegando gosto pelos turbantes, os quais viraram sua marca registrada.

Na chapelaria, Aurora Miranda, irmã de Carmem, também artista, conta que certa vez uma cliente ouviu Carmem cantando e pediu que ela fosse se apresentar no Instituto de Música da cidade. Foi lá que Carmem conheceu o músico Josué de Barros.

Josué de Barros

  Josué se tornou seu mentor e com ele Carmem fez uma série de músicas.

Porém, foi no ano de 1930 que ela alcançou sucesso, quando gravou “Para você gostar de mim”, de autoria de Gabriel de Carvalho, a qual ficou conhecida como Tai. A canção virou sucesso jamais visto, o disco vendeu 35.000 cópias só no primeiro ano de lançamento, um Record na época, fazendo da artista de 21 anos, uma estrela nacional.

Disco de vinil

Em 1933, ao entrar para a Rádio Mayrink Veiga, Carmem Miranda tornou-se a primeira mulher com contrato de exclusividade com uma rádio, com salários fixos e cachês extraordinários. Ganhou o título de Rainha do Disco e a maior cantora popular do Brasil. Grandes cantores da época cantavam ao seu lado.

Cesar Ladeira

Foi neste período que recebeu do famoso radialista César Ladeira, o apelido que carregaria para sempre “A Pequena Notável”, em referência à sua estatura, 1,52 de altura.

Pequena Notável

No final da década, Carmem já era a maior cantora do país, a Estrela do badalado Cassino da Urca no Rio de Janeiro, com altos contratos, discos bem vendidos e shows lucrativos. Naquela época, o lugar era frequentado pela elite, sendo o caminho mais curto para chegar ao cinema. O local servia como passaporte para uma carreira internacional.

Cassino da Urca

 Além disso ela ganhou o título de embaixatriz do samba, o sucesso foi tão grande que atravessou fronteiras.

Neste mesmo ano fez sua primeira turnê internacional na Argentina, a qual durou um mês. Os Hermanos argentinos gostaram tanto que entre 1933 e 1938, ela retornou mais 7 vezes ao país.

Argentina

Também teve grande sucesso nos Estados Unidos, participando dos mais importantes programas de televisão, teatro e rádio.

Carmem Miranda foi a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, na época, a mulher que mais aparecia na imprensa e na publicidade americana.

 

Chegou mesmo a fazer alguns filmes, sua importância foi muito além da música.

Aurora Miranda

         

Em 1936 Carmem ganhou as telonas com Alô, Alô Carnaval, filme que proporcionou à cantora o dueto com sua irmã Aurora Miranda, na conhecida cena da música “Cantoras do rádio”.

     

A imagem amplamente ligada a Carmem Miranda é a fantasia de baiana. O vestuário foi adotado pela cantora e atriz em 1939, quando participou do filme “Banana da Terra”, longa metragem em que Carmem fez uma de suas principais interpretações musicais com “O que é que a Baiana tem?” de autoria de Dorival Caymmi.

A fantasia de Baiana adotada por Carmem sofreu variações ao longo de sua carreira, porém, sempre cantou com brincos grandes, geralmente argolas. Trazia em sua cabeça um turbante repleto de frutas e flores, sapatos ou sandálias com plataforma e roupas com babados. O vestuário fez muito sucesso pelo mundo e passou a ser utilizado como fantasia em diferentes festas, como o Carnaval.

Carmem cutucava a sociedade conservadora e racista, e não é à toa que, para marcar o seu visual, usava frutas nos turbantes e se inspirava nas vendedoras negras da Baía.

Em 10 anos, Carmem gravou quase 300 músicas, trabalhou com grandes artistas.

Casamento conturbado

Carmem Miranda casou-se com o americano David Sebastian, em 1947. David trabalhava em uma produtora de cinema e tornou-se empresário de cinema após o casamento.

                        

David Sebastian

 Biógrafos apontam David como influência para a dependência de Carmem no álcool, já que a cantora passou a beber em excesso, durante o casamento conturbado com seu marido alcoólatra. Por sua rotina de compromissos profissionais Carmem Miranda também passou a usar barbitúricos, ou seja, remédios para insônia.

                            

 Depois de 15 anos de Estados Unidos, consagrada internacionalmente, Carmem viajou de volta ao Brasil em 1954 para ver a família e para o tratamento de desintoxicação, ficando internada durante quatro meses. Depois, já recuperada, voltou para Hollywood, mas ainda dependente da medicação.

Nos Estados Unidos apresentou-se no Programa do comediante Jimmy Durante.

Jimmy Durante

 No dia 4 de agosto de 1955, Carmem fez sua última apresentação, uma gravação do The Jimmy Duarte Show, seguida de uma festa em sua casa e dançando, desmaiou e foi amparada.

Carmem morreu na madrugada de 5 de agosto de 1955 aos 46 anos, vítima de um ataque cardíaco em sua casa em Bervely Hills (Los Angeles, Estados Unidos).

A cantora foi velada na Califórnia e posteriormente transportada para o Rio de Janeiro, para a despedida dos pais, de amigos e familiares, sendo enterrada no cemitério de São João Batista.

         

Enterro e túmulo – Cemitério João Batista

Carmem Miranda é um ícone internacional do Brasil que encantou o mundo!

Sua importância foi muito além da música!

Helena Landell

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