A Cortiça

A Cortiça

Há muito a saber sobre a cortiça. A história diz que o material foi encontrado pela primeira vez nos túmulos do Egito.

Os antigos gregos e romanos faziam uso deste material para redes de pesca, sandálias, rolhas de garrafa e dispositivos de flutuação individuais para os pescadores.

 Sobreiro

A cortiça é um material que deriva do sobreiro. Sua utilização acontece há milhares de anos e sendo um produto natural tem variadíssimas aplicações no mundo moderno.

O que é exatamente a cortiça? É uma matéria prima totalmente natural, com propriedades únicas que lhe conferem um caráter inigualável. É leve, impermeável a líquidos e a gases, elástica e compressível, isolante térmico e acústico, tem uma combustão lenta e é muito resistente ao atrito. Além disto é totalmente biodegradável, renovável e reciclável.

As pessoas normalmente conhecem a cortiça como o material de rolhas ou daqueles nostálgicos quadros, onde colocavam-se fotos, bilhetes, avisos com tachinhas coloridas. Porém ela é muito mais do que isso.

Sua extração dos sombreiros não prejudica o desenvolvimento da espécie.

É a camada mais externa da casca, de duas espécies diferentes do carvalho, que nasceu no Mediterrâneo e na região Ibérica. A cortiça é extraída quando a árvore atinge os 20 anos. Depois deste tempo, extrai-se o material de 9 em 9 anos. A duração média de vida da árvore deste tipo é de 150 anos.

 Alentejo

O Alentejo é um dos maiores produtores de cortiça do mundo. Portugal é responsável por 46% da produção mundial da matéria prima e o Alentejo, sendo a maior região portuguesa é o principal produtor do país, 72 % dos sobreiros ficam em terras alentejanas.

No Alentejo pode-se encontrar sapatos, artigos de decoração, acessórios. Tem sido utilizada para desenvolver novos materiais para automóveis. Até mesmo a NASA já utilizou a cortiça como isolante em seus ônibus espaciais.

Há diversas propriedades espalhadas pelo Alentejo que cultivam o sombreiro formando um cenário deslumbrante.

 Plantação de sobreiros

Também é possível visitar as fábricas de cortiça em Azaruja para ver como a transformação acontece e comprar um souvenir de cortiça em diversas lojas da região portuguesa.

 Azaruja

A importante indústria de cortiça de toda a Europa chama-se Amorim iniciada por volta de 1870 tem mais de 150 anos de história.

 Fábrica Amorim

Por que é um material tão útil?

A estrutura da cortiça possui muitas células vazias, o que a torna muito leve. Devido à sua baixa densidade, flutua sobre a água e é material excelente para amortecimentos e absorção sonora. É muito resistente e flexível pelo que não é afetada facilmente por agressões do meio externo. A cortiça pode ser moldada em qualquer forma e é colhida por meios ambientalmente sustentáveis. Todas essas características fazem com que ela seja um material incrível!

Se colocada no lixo, sendo um produto 100 % natural as rolhas não poluem o ambiente, pois são biodegradáveis.

A sua evolução ao longo dos anos

A cortiça tem sido utilizada ao longo dos anos sobretudo nas rolhas para garrafas de vinho e de champanhe.

 Produtos feitos com rolhas

Os aldeões da época, as utilizavam na construção de suas casas devido às suas propriedades isoladoras, pois assim conseguiam manter a casa quente no Inverno e frescas no Verão. Também era utilizada nos solos, pois é um material confortável e que impede o ataque dos insetos e outras pragas.

Com o passar dos anos, o material continuou a ter como utilização principal as rolhas das garrafas.

Até meados dos anos 1700, a cortiça era colhida onde as árvores nasciam. Devido ao seu sucesso começaram a cultivar propositadamente árvores de cortiça.

 Pierre Pérignon

Em 1890 Pierre Pérignon inventou o champanhe e usou uma rolha de cortiça para selar sua invenção.

Em 1890, uma empresa alemã desenvolveu um método para usar os restos ou sobras deste material.

Conseguiram obter um método em que a cortiça poderia ser cortada em folhas e utilizada de diferentes formas, foi assim que nasceu a cortiça aglomerada.

John Smith descobriu que usando calor e pressão para liberar as resinas naturais, ele conseguia criar um aglomerado de partículas de cortiça, que não precisavam de qualquer material para ligá-las.

 John Smith

Mais tarde, Charles McManus encontrou um método de produção de cortiça aglomerada que podia ser usado para forrar tampas de garrafas e, desde então foram experimentadas várias formas de utilização dos restos de cortiça, de modo a não desperdiçar nada.

 Charles McManus

Como a cortiça é extraída?

Ela é extraída das árvores de carvalho usando um machado especial para o efeito. São feitos vários cortes verticais e horizontais através da casca, tendo sempre o cuidado para não atingir a parte viva da árvore.

 Extração da cortiça

Normalmente, esta extração é feita no tronco nas árvores de maiores dimensões. Os ramos mais baixos também são utilizados. A camada externa é então removida. A cortiça extraída fica exposta ao sol e à chuva durante 6 meses, pois isto vai fortalecê-la e nivelá-la.

Após este período, a cortiça é tratada com calor e água para remover alguma sujeira e substâncias químicas indesejáveis.

Este tratamento vai deixar a rolha mais macia e mais suave.

Posteriormente o material de menor qualidade é raspado e retirado, o restante é deixado para curar e secar em um ambiente escuro e úmido.

As partes com maior qualidade serão utilizadas para fabricar rolhas de garrafas e as de menor qualidade serão transformadas em cortiça aglomerada.

Como o material é transformado em rolhas de vinho?

 Fabricação das rolhas

 A cortiça é colocada em uma câmara de vapor para amaciá-la e em seguida as placas são cortadas em tiras de largura compatíveis com o tamanho da rolha desejado. Após, as rolhas são perfuradas a partir da laje e são utilizados tubos ocos para atingir o efeito desejado. As rolhas são lavadas, branqueadas e esterilizadas. Em seguida são secadas e identificadas com uma etiqueta e embaladas em sacos hermeticamente fechados.

Como funciona a cortiça aglomerada?

O material é partido em pequenos pedaços e em seguida é moído até obter a consistência desejada. É testada e embalada em um molde, sujeita à pressão e vapor a altas temperaturas, o que causa a libertação de agentes que mantêm a cortiça úmida.

Uma vez removidos do molde, os blocos são deixados a secar e a curar, antes de serem cortados para moldar a sua utilização pretendida.

Podem ser moldados em discos, tubos, folhas ou qualquer outra forma que se deseja.

O que acontece com as sobras?

A produção deste material é muito amiga do ambiente e quaisquer resíduos do produto podem ser readaptados e utilizados. Os desperdícios da cortiça são moídos para uso em cortinas, aglomerados. Qualquer pó de cortiça pode ser utilizado como combustível nas fábricas.

No mundo moderno, cheio de materiais sintéticos, a cortiça continua a liderar o seu setor.

Este material incrível e natural tem uma ampla gama de aplicações muito além do pensamento da rolha de garrafa de vinho. Todos os dias procuram-se novas formas de utilizá-las e isso garante a sua utilização durante os anos vindouros.

A cortiça é o material mais seguro para as crianças brincarem.