Abadia de Saint-Germain des Prés
Abadia
A Abadia de Saint- Germain des Prés foi um estabelecimento monástico medieval de grande importância, fundado no século VI, junto a Paris. O grande remanescente da Abadia, é a igreja, a mais antiga da cidade, ainda de pé, localizada em um dos bairros parisienses mais emblemáticos, Saint-Germain des Prés.
As raízes da Vila Saint-Germain des Prés remontam a quinze séculos, ela se desenvolveu em torno de sua abastada Abadia, já famosa por seu Scriptorium (nos mosteiros medievais, recinto onde se copiavam os livros).
Foto do Scriptorium
Ao longo do século XVII o distrito floresceu, tornando-se um centro de riqueza e vitalidade cultural.
Durante este período, Louis Augusto de Bourbon, filho de Louis XIV e de Madame de Montespan, serviu como abade deste lugar. Este, filho ilegítimo de Louis XIV (1670-1736) e de sua amante favorita, era o filho preferido do rei, durante sua longa vida, embora não tivesse direito ao trono.
O primeiro nome foi lhe dado em homenagem ao seu pai e Augusto era uma referência ao Imperador romano homônimo.
Sob seu patrocínio, a nave romântica da basílica passou por uma restauração.
Madame de Montespan
Louis Augusto de Bourbon
Durante séculos a Abadia foi um farol de vida intelectual na França católica, promovendo um rico ambiente cultural. Entretanto, os ventos de mudança trazidos pela Revolução Francesa, levaram embora grande parte deste legado.
Uma explosão de salitre no armazenamento destruiu a Abadia e seus claustros, porém, a igreja foi poupada, e as estátuas do portal foram removidas.
Em 1794, em um incêndio, a biblioteca desapareceu em fumaça.
Fundação da Abadia de Saint-Germain des Prés
Sua história é rica e complexa. Foi fundada em 558 por Childeberto I, filho de Clóvis, Rei dos Francos. Originalmente, era a igreja de uma abadia beneditina, tornou-se um centro de aprendizado e mais tarde, um importante local de sepultamento da dinastia merovíngia.
Naquela época a margem esquerda do rio Sena, estava sujeita às inundações do rio, a tal ponto que o terreno não podia ser edificado e a Abadia ficava no meio dos prados ou prés, em francês, explicando assim sua denominação.
A igreja foi destruída pelos vikings e reconstruída várias vezes, evoluindo desde a igreja românica até um edifício que incorpora elementos góticos.
Foto da Igreja
A igreja Saint -Germain des Prés é uma das românicas mais antigas da França.
Originalmente chamada de Basílica de Saint-Vicente, a igreja foi construída sobre restos de um templo romano. A intenção de Childeberto era de ali abrigar relíquias sagradas que ele trouxe da Espanha, incluindo um pedaço da Santa Cruz e a túnica de São Vicente.
Imagem de Childeberto
Com o tempo a igreja se tornou um centro de aprendizado, arte e cultura, atraindo artistas, intelectuais e figuras religiosas.
A Basílica foi consagrada pelo Bispo Germano em 23 de dezembro de 558 d.C., o mesmo dia da morte de Childeberto.
Em 754 d.C. a Abadia foi renomeada Saint Germain em homenagem a Saint Germain, o qual foi sepultado no presbitério (local de reunião do conselho episcopal nos primórdios do cristianismo.)
Com o passar do tempo, a igreja passou a ser conhecida como Saint-Germain des Prés a fim de distingui-la da outra Saint-Germain-L’Auxerrois, perto do Louvre.
Igreja de Saint-Germain L´Auxerrois
Infelizmente os Normandos destruíram a Abadia de Saint-Germain, quando sitiaram Paris em 885-886d.C.
A Abadia e sua igreja foram reconstruídas entre 990 e1021.
Entretanto vários elementos arquitetônicos foram adicionados ou expandidos ao longo dos séculos.
O Presbitério foi ampliado no século XII e no século seguinte, Pierre de Montreuil construiu os claustros góticos, a Capela da Virgem, o refeitório e o dormitório. Assim esta Igreja evoluiu para uma das mais esplêndidas e prósperas do Reino da França.
Durante a Revolução Francesa a maior parte da Abadia foi destruída, porém a igreja e a Capela foram preservadas.
Os esforços e restauração nos séculos XVII e XIX visavam preservar e valorizar seu patrimônio arquitetônico e artístico.
Foto do teto abobadado
No século XI, o teto original, abobadado, e construído em madeira foi adornado com decorações pintadas, no século XVII.
Em 1840 Flandrin, pintou magníficos murais acima dos arcos. É um exemplo fascinante da história da Arte da igreja.
Esta, apresenta um estilo gótico, que evolui ao longo dos séculos com influências romanas e barrocas.
Flandrin
O Campanário românico mais antigo da França
A história do Campanário, (que é a torre onde ficam os sinos), da igreja Saint-Germain des Prés abrange vários séculos.
Foi construído originalmente no século XI, porém, seu nível superior foi reconstruído durante o século XII, mas suas bases permaneceram, o que a torna uma das torres mais românicas da França.
No século XIX foi restaurado por Baltard, o renomado arquiteto dos antigos Halles de Paris.
Todavia, a igreja enfrentou desafios ao longo dos séculos, pois o pórtico desabou em 1604, felizmente a maioria das colunas românicas originais permaneceram intactas, mas o portal foi substituído, dois anos depois, pelo atual. Hoje, essas colunas emolduram o portão de ferro forjado contemporâneo, que Raymon Subes criou para a igreja.
Subes foi um dos metalúrgicos mais aclamados do período Art Deco.
Foto de Baltard
No século XIX, a igreja foi restaurada e tornou-se a “Paroquial” de Saint -Germain de Prés. Atualmente ela é uma das mais antigas de Paris e é um exemplo de arquitetura românica e gótica.
É também um importante local de culto e de eventos culturais.
A história da igreja de Saint-Germain de Prés é uma história de construção, destruição, reconstrução e transformação. É uma história que reflete a evolução da cidade de Paris e da cultura francesa em geral.
Hoje aprendi muito sobre a Igreja Saint Germain de Près.
Sempre me pergunto com que engenharia êles faziam essas abobodas perfeitas.
Muito interessante toda a construção, destruição e reconstrução da Igreja mais antiga de Paris
A Professora Helena é a França viva, se quiser aprender história e cultura, é com ela.