Principais características
Técnica – a tapeçaria é uma forma de tecelagem em que fios são entrelaçados em uma estrutura de urdidura, a fim de criar padrões e imagens.
Os temas são os mais variados, como cenas bíblicas, mitológicas, histórias e cotidianas com o caráter narrativo evidente.
Eram utilizadas para decorar paredes, móveis e também serviam como presentes diplomáticos, reforçando o poder e a riqueza da corte francesa.
Atualmente, a tapeçaria francesa tem a manufatura dos Gobelins. A fábrica ainda existe e continua produzindo tapeçarias, porém, se adaptou também aos estilos artísticos modernos, incluindo o abstrato e o surrealismo.
Na Idade Média, os tapetes ou tapeçarias tinham diversas funções importantes, indo além da simples decoração. Eles serviam como isolamento térmico, meio de comunicação visual, símbolo de status social e até mesmo como instrumento de propaganda religiosa e política.
Em casas e castelos frios, os tapetes, especialmente os tecidos em lã e seda, ajudavam a manter o calor proporcionando mais conforto aos moradores.
A tapeçaria era uma forma de arte valorizada com peças ricas em detalhes e cores as quais adornavam as casas da nobreza, demonstrando bom gosto e riqueza.
Em uma época em que a maioria da população não sabia ler, as tapeçarias eram utilizadas para contar histórias bíblicas, lendas e eventos históricos, servindo como uma espécie de “livro ilustrado”.
A Igreja Católica utilizava tapeçarias com cenas bíblicas a fim de propagar a fé e a moral cristã, enquanto a nobreza as usava para exibir brasões e símbolos de poder.
Resumindo, os tapetes da Idade Média eram muito mais do que meros objetos decorativos, desempenhando um papel multifacetado na vida cotidiana e na sociedade da época.
O luxo, a ostentação, como se conhece hoje, foi criado na França de Louis XIV( (rei de 1643-1715) e estimulado por seu visionário Ministro das Finanças, Jean-Baptiste Colbert, para quem a França deveria exportar para o mundo o estilo de vida da corte francesa, e consequentemente, melhorar a balança comercial através do aumento das exportações, e consequentemente, a imagem do Rei.
Assim, Paris tornou-se a principal referência de estilo em todas as cortes europeias e em todas as áreas – moda, etiqueta, gastronomia, vinhos, joias e artes decorativas.
Floresceram nesta época as manufaturas de cristais (Saint-Louis Baccarat), porcelana de Sèvres, Limoges), pratarias (Cristofle), rendas (Alençon, Puy), móveis e tapetes (Savonnerie)e tapeçarias (Gobelins, Aubusson e Beauvais).
Um dos fatos interessantes que nos mostra a importância histórica dessas manufaturas é que Gobelins, Aubusson, Beauvais e Savonnerie, apesar de consolidadas no século XVII, já haviam servido Reis anteriores (desde Henrique IV, no século XVI), continuaram servindo todos os Reis, Imperadores e Governos posteriores, e serve o Estado francês até hoje. São mais de 6 séculos de história e tradições intactas, desta arte cara, (à qual somente a nobreza tem acesso) bela (já que decora e dá cor às insípidas partes dos castelos e aos vazios da arquitetura moderna), portátil (bastava enrolá-la para ser transportada) e útil (aquecendo os frios e escuros ambientes no rigoroso inverno europeu).
E não só: a tapeçaria de Bayeux, uma extraordinária peça de 70 metros de comprimento por meio metro de altura, confeccionada na década de 1070, (na Inglaterra ou na França, não se sabe ao certo) a qual narra cronologicamente, como em um filme, 60 cenas da conquista da Inglaterra pelos Normandos, e é considerada pelos historiadores como a primeira” tirinha em quadrinhos. “
A primeira parada é em Paris, no Museu Cluny, museu este, dedicado a Idade Média, O destaque aqui é a exuberante série de 6 tapeçarias. La Dame à la Licorne confeccionada no século XV, é considerada uma das mais importantes obras de Arte da Idade Média. Sua beleza, diferente da pintura dessa época, impressiona até os dias de hoje.
La Licorne, em português unicórnio, é um animal mitológico, geralmente branco, representado com corpo e cabeça de cavalo, com um único chifre em espiral no meio da testa, barba e de bode e cascos fendidos, simbolizando pureza e força.
Uma das mais floridas cidades da França, Angers, no Vale do Loire reúne em dois cenários mais que tapeçarias especiais e fundamentais dos séculos XIV e XX.
No Castelo de Angers, fortaleza construída no século XIII e repleta de jardins, fica a impressionante Tapeçaria de “O Apocalipse”, tecida no século XIV e que originalmente tinha 140 metros de comprimento.
Não é muito fácil chegar lá. A melhor opção é pegar o trem que sai de Paris, da estação de Austerlitz e descer na imponente estação Bénédictions em Limoges. São 3 horas de viagem. Não há TGV=(trem de grande velocidade), porém pode-se aproveitar para conhecer as tradicionais porcelanas da cidade. Lá, aluga-se um carro a fim de visitar a cidade cujo nome é o mesmo da tapeçaria, há 6 séculos: Aubusson.
A vantagem de Aubusson em relação às Gobelins, é que os ateliers vendem e aceitam encomendas particulares (Gobelins, Beauvais e Savonnerie trabalham exclusivamente para o Estado francês) ao mesmo tempo que no século XVII, recebeu de Colbert o prestigioso título de Manufatura Real.
Muitos ateliês possuem Galerias abertas
à visitação (em algumas é necessário agendar horário). A cidade abriga também o Museu da Tapeçaria com foco em peças produzidas nos séculos XVII, XVIII e XIX.
No centro histórico da cidade há peças e fragmentos dos últimos 600 anos e ainda assiste à demonstração de um mestre tecelão.
Atenção: comprando um ingresso na Maison de Tapisserie, pode-se visitar também a Coleção Fougerol, com mais de 100 tapeçarias de Flandres, (hoje Bélgica) e de Abusson dos séculos XVII e XVIII.
Vale a pena conferir!
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